Formação em Psicologia e Psicoterapia: Princípios e Metodologia

Entidade:
ABRAP

Coordenador(a):
Angela Hiluey

Financiador do coordenador:

Resumo:
Retomando Cortela (2017) enquanto escreve sobre Famílias, temos uma afirmação que retrata a razão da proposta dessa mesa apresentada em parceria por ABEP e ABRAP. Cortela escreve que uma das sensações mais prazerosas da vida é perceber que não se desiste daquilo que precisa ser cuidado. Segundo ele, a formação está na relação das coisas que precisam ser cuidadas. Os expositores, dessa mesa conscientes da necessidade de cuidarem da formação em psicologia e psicoterapia se propõem a se ocuparem da formação em seus quesitos epistemológicos, técnicos e éticos. E assim os expositores tanto discorrerão sobre as exigências de cunho epistemológico, ético e político na formação do homem que emerge, incompleto e frágil na condição de ser biopsicosocial, como sobre o procedimento metodológico que auxilia os formadores de psicólogos e psicoterapeutas a atingirem os objetivos e as qualidades necessárias aos aprendizes em psicologia e em psicoterapia. Finalizarão as exposições buscando contribuir com a definição das competências básicas dos psicólogos e psicoterapeutas para a realização de suas atividades. Objetiva-se dessa maneira mostrar que não desistimos do que precisa ser cuidado: A formação.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Formativos; Processos Formativos de Psicólogos


Apresentações:

Formação e prática do Psicólogo e do Psicoterapeuta: implicações filosóficas
– Antonio Joaquim Severino
A comunicação parte da premissa de que a atuação do Psicólogo e do Psicoterapeuta se justifica e se legitima, em última instância, pela sua condição de prática de cuidado com a vida humana. Partindo dessa premissa, entende-se que essa atuação é, em máximo grau, compromissada e responsável por esse cuidar, uma vez que tem por destinação intrínseca a implementação do projeto antropológico de constituição do humano no homem. Ao investir no esclarecimento do sentido e na consolidação das relações práticas construtivas do sujeito humano com a natureza, com a sociedade e com a cultura simbólica, as ciências humanas, em geral, e as ciências psicológicas, em particular, visam contribuir de modo intencional e sistemático, para a formação do homem que emerge, incompleto e frágil, em sua condição de ser biopsicossocial. Por isso, o conhecimento que explicita essa condição, a ser construído ao longo do seu preparo e aplicado ao longo de sua atuação, precisa levar em conta exigências filosóficas específicas, exigências estas de cunho epistemológico, ético e político.

O Aprender Sobre o Atendimento ao Ser Humano
– Elcie F. Salzano Masini
Identificamos – nos com aqueles que consideram a Psicologia e a Psicoterapia o campo das ciências humanas que visa à compreensão do homem (de sua natureza) e utiliza recursos para facilitar sua auto – compreensão, identidade e auto – realização, prevenindo desvios ou atrofias. A linha central está em propiciar seu desenvolvimento harmonioso e a consciência de seu próprio significado, no contexto onde age, avaliando o significado em relação ao seu desenvolvimento global. A proposta é a ação da Psicologia e da Psicoterapia para salvaguardar a identidade e significação própria do ser humano: estudo das condições para que adquira consciência de seu papel em um determinado lugar e momento, crença na própria significação e atue na convicção de que suas ações podem ter alguma influência. O Procedimento metodológico que auxiliaria os formadores de psicólogos e de psicoterapeutas a atingirem esses objetivos e qualidades necessárias em sua ação junto ao ser humano, com vistas a seu desenvolvimento integral é o implicado nas condições da Aprendizagem Toralizante – que envolve consideração à pessoa que aprende e às suas experiências para propiciar – lhe condições de compreensão do ensinado – imbrica conceitos da Teoria de Aprendizagem Significativa de Ausubel e do Aproximar – se, da Análise Existencial (Daseinsanalyse) de Heidegger, segundo Boss (Cf. 1976).

Grandes desafios envolvidos na formação de psicoterapeutas
– Iraní Tomiatto de Oliveira
Este trabalho apresenta reflexões e experiências que abordam os grandes desafios envolvidos na formação de psicoterapeutas, do ponto de vista epistemológico, técnico e ético. Parte do reconhecimento de que a atividade do psicoterapeuta se situa na interseção entre as ciências humanas e as ciências da saúde, na medida em que aborda tanto a constituição de subjetividades no campo relacional quanto a atenção e o cuidado com o sofrimento humano, e que seus objetivos podem se efetivar a partir de ampla diversidade de possibilidades teórico-metodológicas e de diferentes estratégias. A partir dessa análise, busca contribuir para a definição das habilidades e competências básicas e necessárias a esta atividade, e para a definição de papéis e objetivos. Aborda o papel e o espaço da formação de psicoterapeutas na formação do psicólogo e na pós-graduação, discute diferentes possibilidades metodológicas no processo de ensino-aprendizagem, as condições do estudante em formação, o papel do supervisor e suas ressonâncias na ética das relações de cuidado.