A Psicologia Escolar e a Educação Superior: desafios para os nossos tempos

Entidade:
ABRAPEE

Coordenador(a):
Silvia Maria Cintra da Silva

Financiador do coordenador:

Resumo:
A parceria entre a Psicologia Escolar e Educacional e a Educação Superior hoje é considerada uma fértil seara para o desenvolvimento de pesquisas e práticas. Neste sentido, esta mesa pretende discutir, à luz da Teoria Histórico-cultural, alguns trabalhos voltados para este âmbito de ensino em três Universidades públicas, sendo duas na região Sudeste e uma na região Centro-Oeste. O primeiro trata de um trabalho voltado à recepção e permanência de ingressantes no curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia; o segundo tem como objetivo apresentar desafios e alternativas no que se refere à inserção da Psicologia na Educação Superior, bem como aos alcances conquistados pelo Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio às Pessoas com Deficiências e Necessidades Especiais (Propae) da Universidade Estadual de Maringá. A terceira apresentação abordará, a partir da teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural, a organização do trabalho didático de uma proposta de estágio supervisionado, delineada em uma intervenção para os acadêmicos com deficiência matriculados em uma universidade pública.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Educativos


Apresentações:

Como dar as boas-vindas aos ingressantes na Universidade? Contribuições da Psicologia Escolar e Educacional
– Silvia Maria Cintra da Silva
O ingresso na Universidade é uma ocasião muito relevante na vida do jovem que consegue chegar até este nível de ensino. Muitos elementos compõem esse momento, como a entrada propriamente dita, as novas regras e normas institucionais, as disciplinas a serem cursadas, o currículo oculto, incertezas em relação à escolha da profissão, a finalização do Ensino Médio juntamente com uma rotina antes conhecida e, para determinados estudantes, a saída de casa e a distância da família. Há vários anos temos realizado, na Universidade Federal de Uberlândia, propostas relacionadas ao ingresso no curso de Psicologia. Uma delas é a Semana de Recepção, organizada juntamente com estudantes veteranos e composta por uma apresentação geral de cada calouro, exibição de filme seguida por debate, reunião com familiares e apresentação do curso de modo geral. Além disso, acompanhamos os ingressantes em uma disciplina obrigatória, intitulada Psicologia: Ciência e Profissão ao longo do primeiro semestre. Nela, existe a possibilidade de um acompanhamento mais próximo dos estudantes por meio da elaboração de um portfólio individual, modo de avaliação que prioriza aspectos qualitativos da formação acadêmica, considerando o processo de apropriação do conhecimento e também a vivência da entrada na Universidade – à luz da Teoria Histórico-cultural.

Educação Superior e Educação Especial: campo para formação e atuação em Psicologia Escolar
– Sonia Mari Shima Barroco
O trabalho resulta de estudos em Psicologia Histórico-Cultural e Educação Especial e de experiências como supervisora de estágio curricular de quinto ano em Psicologia. Objetiva apresentar desafios e alternativas para inserção da Psicologia na Educação Superior e os alcances obtidos junto ao Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio às Pessoas com Deficiências e Necessidades Especiais (Propae/UEM), sob a teoria indicada e tendo em mira os processos criativos de estagiários e grupos/sujeitos atendidos. O estágio implica atividades de: – acompanhamento de alunos com deficiência auxiliando-os a compreenderem suas histórias de vida escolares, -recuperação das memórias do Propae; -formação teórico-metodológica de professores da Educação Básica, com a realização do Cine-colóquio Propae; – estudos das políticas públicas e apoio na implementação da política institucional de inclusão na Educação Superior. Os resultados apontam a necessidade de continuidade de investimento na formação/atuação de alunos e professores com e sem deficiências, considerando a constituição social do psiquismo.

Contribuições da Teoria da Subjetividade na Perspectiva Histórico-cultural para a formação em Psicologia
– Alexandra Ayach Anache
Este trabalho apresenta as reflexões construídas sobre experiências que depreenderam das atividades de estágios supervisionados em um curso de psicologia de uma universidade pública. Neste percurso adotamos como referência a teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural para orientar a organização do trabalho didático da referida atividade, a qual se constituiu como uma proposta de intervenção para os acadêmicos com deficiência matriculados nesta Instituição. As reflexões resultaram de dois espaços formativos na educação superior, de um lado o estagiário do curso de psicologia que está em processo de formação e que experimenta intervenções construídas junto com o supervisor e por outro, o acadêmico com deficiência que luta por garantir sua permanência diante das dificuldades que lhe são impostas. A análise dos documentos registrou as atividades desenvolvidas durante os estágios supervisionados em psicologia e processos psicossociais I, II, III e IV contribuíram para o desenvolvimento profissional dos estudantes.