Psicologia e políticas educacionais: aspectos da formação e da prática em instituições educacionais

Entidade:
ABRAPEE

Coordenador(a):
Alayde Maria Pinto Digiovanni

Financiador do coordenador:

Resumo:
Esta mesa propõe apresentar uma discussão de aspectos importantes relativos a psicologia, a educação e as políticas públicas de educação e seus efeitos nas práticas educacionais. Trataremos das orientações para a Educação Básica e Superior, bem como aquelas que orientam a formação de psicólogos. Além disso, serão abordados os processos de medicalização no Ensino Superior decorrentes em grande medida destas práticas implementadas.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Formativos de Psicólogos


Apresentações:

Psicologia e políticas educacionais no século XXI
– Alayde Maria Pinto Digiovanni
Propomos discutir as relações entre psicologia e políticas educacionais na atualidade através da discussão dos eixos norteadores das políticas implementadas neste início de século. Faremos a análise a partir das premissas do enfoque histórico-cultural utilizando as seguintes categorias: história, totalidade e mediação, assim procuraremos determinar a gênese das políticas no processo histórico explicitado a intenção das ações implementadas, bem como sua capacidade mobilizadora de promover uma transformação real no cenário da educação brasileira, com vistas a universalização do acesso à educação com qualidade. Compreende-se que, no século XXI, houve mudanças em alguns aspectos das políticas sociais no Brasil, entre elas a educação, no entanto, as mudanças estruturais necessárias que permitiriam o Brasil alcançar níveis de qualidade e permanência no sistema educacional se mantiveram ainda insuficientes para superarmos as necessidades históricas da sociedade brasileira.

As Políticas Públicas para a Educação Brasileira e a Formação em Psicologia
– Diva Lúcia Gaudério Conde
Este trabalho propõe uma reflexão em torno da necessidade de problematizarmos as políticas públicas que vêm orientando o processo educacional brasileiro, nos últimos 20 anos, na formação de psicólogas/os. Espaço social por onde pessoas de todas as idades circulam, convivem, se desenvolvem, aprendem sobre o mundo em que vivem, argumenta-se aqui que as escolas devem ser foco prioritário para práticas e pesquisas psicológicas no campo da Educação. O princípio da Educação Inclusiva introduziu mudanças importantes para a sociedade brasileira e propôs questões a respeito da produção de subjetividades: preconceitos, desafios didáticos frente às aprendizagens nas deficiências, laços sociais se formando frente às diferenças, novas pautas de sociabilidade, questões colocadas à Psicologia, exigindo posições mais orgânicas, para a afirmação do projeto de democratização de seus saberes através de seu Compromisso Social.

Medicalização do desempenho acadêmico: um estudo com universitários
– Fauston Negreiros
O estudo compreende o processo de medicalização vivenciado por estudantes do Ensino Superior frente ao desempenho acadêmico. Utilizou-se abordagem qualitativa, descritiva, com entrevistas versando sobre questões sociodemográficas e consumo de substâncias psicoativas frente à rotina acadêmica de estudo. Participaram da pesquisa 200 estudantes, com idade entre 20 e 60 anos, de quatro áreas de conhecimento distintas (Humanas; Ciências Sociais e Aplicadas; Exatas; e Saúde), das universidades públicas da região da planície litorânea do estado do Piauí. Os dados foram analisados por dois softwares, SPSS versão 21, para os dados sociodemográficos, e Iramuteq, para os relatos das entrevistas. Com posterior análise, verificou-se que os estudantes da localidade estão sendo conduzidos a um processo de medicalização de suas práticas acadêmicas, uma vez que uma parcela significativa de 32% recorre a práticas medicalizantes junto às atividades discentes, almejando redução do sono, potencialização do desempenho nas rotinas de estudos e, consequentemente, aprendizagem.