Formação em Psicologia e as Diretrizes Curriculares Nacionais: percursos, discussões e desafios

Entidade:
ABRAPEE

Coordenador(a):
Marilene Proença Rebello de Souza

Financiador do coordenador:

Resumo:
Esta mesa tem por objetivo analisar o processo de formação de psicólogos no Brasil, tendo como marco histórico a regulamentação da profissão em 27/08/1962 até as discussões recentes das Diretrizes Curriculares Nacionais, promovidas pelo Conselho Nacional de Saúde e como esta formação se insere no cenário latino-americano. As discussões apresentarão: os principais desafios para a formação na América Latina, a história da formação de psicólogos no Brasil e as recentes discussões promovidas nacionalmente para o aprimoramento da formação em Psicologia.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Formativos de Psicólogos


Apresentações:

Formação em Psicologia na América Latina: desafios contemporâneos
– Ângela Soligo
A América Latina vem sofrendo, nos últimos anos, sucessivos ataques aos processos democráticos de participação e convivência, à garantia de direitos humanos, na mesma medida em que avançam de forma truculenta as políticas neoliberais e o pensamento conservador. Lidamos todos os dias com a violência instituída como prática cotidiana, com os preconceitos e processos de exclusão. Esse conjunto de elementos contextuais, que impedem o pleno desenvolvimento e produzem sofrimento, provocam-nos, como Psicologia latino-americana, a problematizar nossos princípios e práticas e buscar o diálogo e produção coletiva, na perspectiva do compromisso social, da formação eticamente orientada, de e para a América Latina. Nessa direção, é essencial a troca, o compartilhamento o encontro. Esse é um dos compromissos da Associação Latinoamericana para Formação e Ensino de Psicologia.

A formação do psicólogo escolar e as Diretrizes Curriculares em Psicologia: avanços e desafios
– Marilene Proença Rebello de Souza
As discussões a respeito da formação profissional no campo da Psicologia se mantiveram durante a década de 1990, fortalecidas pela busca de uma identidade profissional articulada com os novos desafios sociais. Mais especificamente, essas discussões desembocaram na articulação nacional que norteou a elaboração das Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Psicologia, cujas idéias são discutidas no bojo da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). As Diretrizes comparecem no cenário nacional oficialmente em 2004, trazendo mudanças significativas em relação ao Currículo Mínimo, em seus princípios, objetivos e metas, circunscritas ao modelo dos Parâmetros Curriculares Nacionais, centradas na concepção construtivista de aprendizagem. Nesta perspectiva teórico-metodológica, o currículo deverá ser construído tendo em vista a aquisição de competências e habilidades para a formação e o exercício profissional. Dentre as inovações previstas, destaca-se a ruptura com a concepção de áreas de atuação profissional no interior da formação. As áreas tradicionais (Psicologia Clínica, Escolar e Organizacional) deveriam ser substituídas por ênfases curriculares, a ser escolhida por alunos nos últimos períodos do curso e tais ênfases poderiam ter inclusive aspectos de duas ou mais áreas interligadas. A atualização das Diretrizes em 2011 também inclui uma formação em paralelo para a Licenciatura que contemple a formação de professores de Psicologia. Estaremos, neste trabalho realizando uma análise do percurso das Diretrizes Curriculares Nacionais em Psicologia e sua importância para a formação de psicólogos.

O Ano da Formação em Psicologia e o processo de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais
– Iraní Tomiatto de Oliveira
O Ano da Formação em Psicologia, instituído em 2018 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), é o período em que está ocorrendo o processo de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a área, promovido e coordenado pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep), pelo CFP e pela Federação Nacional de Psicólogos (Fenapsi). Trata-se de um processo amplo e democrático, para o qual foram chamados a participar todos os atores da formação – professores, orientadores de estágio, coordenadores de curso e de serviços-escola, estudantes e profissionais. Iniciou-se de forma capilarizada, com a realização de reuniões preparatórias, livremente organizadas em todas as regiões do país, em um total de 118, número que já revela a expressiva e ampla participação. Seguiu-se a fase dos Encontros Regionais, em um total de cinco, nos quais foram debatidas e avaliadas as propostas construídas nas reuniões preparatórias, e eleitos delegados para o Encontro Nacional, que objetivava aprovar as propostas que serviriam como base para a elaboração da minuta das novas DCN. Este trabalho analisa o processo de revisão, como uma forma original de promover essa ampla discussão, seus aspectos positivos e as dificuldades encontradas. Discute seus resultados, em especial as características das propostas apresentadas, vinculadas a nove temas centrais no processo de formação, e como elas foram utilizadas e integradas na construção da minuta das novas DCN para os cursos de Psicologia.