Entidade:
ABRAPEE
Coordenador(a):
Fauston Negreiros
Financiador do coordenador:
–
Resumo:
A inserção do psicólogo na Educação Básica efetuando ações junto às Políticas Públicas de Educação tem sido um desafio da formação, sobretudo considerando a compreensão dos fenômenos psicológicos como produtos histórico-sociais e a reflexão sobre o caráter necessariamente político da intervenção da Psicologia. Não obstante, ainda há uma escassez de estudos na área que contemplem diferentes faces de atuação do psicólogo – na construção, no atendimento, na gestão e na avaliação – diante das políticas públicas de educação. Em face ao exposto, considerando a relevância social e acadêmica de estudos sobre o tema, a presente mesa-redonda enseja abordar a atuação do psicólogo em ações três âmbitos: proposições legislativas de educação; efetivação de ações na rede pública de ensino; e na operacionalização de políticas públicas educativas em diferentes níveis de ensino.
Eixo:
III – A psicologia e os desafios da intersetorialidade nas políticas públicas
Processo:
Processos Educativos
Apresentações:
Atuação do psicólogo escolar na perspectiva de proposições legislativas acerca da medicalização
– Tatiane dos Santos Costa
O presente trabalho tem como objetivos conhecer a atuação de psicólogos escolares em proposições legislativas, a fim de analisar o contexto piauiense de luta contra à medicalização e as práticas desses profissionais nos municípios que tiveram projetos aprovados. O crescimento do discurso medicalizante pode ser evidenciado por meio do aumento de diagnósticos referentes à saúde mental, do grande número de vendas de fármacos que prometem soluções para questões subjetivas do sujeito, como por exemplo alívio de angústias, aumento da capacidade intelectual e muitas outras formas de compreender como orgânico o que é de cunho social, político (Collares e Moysés, 2015; Dantas, 2009; Okamoto, 2013). Os participantes da pesquisa foram psicólogos escolares que desenvolvem trabalhos nos municípios que tiveram projetos aprovados nas Câmaras de Vereadores. Para o andamento do estudo fez-se necessário uma pesquisa qualitativa, descritivo-exploratório, que fez uso da história oral para melhor compreensão do construto. A atuação do Psicólogo torna-se imprescindível quando seu papel frente às políticas públicas é atuante, possibilitando as mudanças de realidades.
Atuação do psicólogo na rede pública de educação: contribuições da psicologia escolar crítica
– Leilanir de Sousa Carvalho
Essa pesquisa tem como objetivo geral investigar a atuação do psicólogo na Rede Pública de Educação frente à Demanda Escolar no Estado do Piauí. Os objetivos específicos são: identificar os psicólogos escolares que atuam nas esferas municipais e estaduais da educação básica do Estado do Piauí; descrever as demandas escolares atendidas pelos psicólogos escolares junto à rede pública de ensino do Piauí; verificar como ocorre o processo de atendimento às demandas educacionais, considerando a operacionalização de políticas públicas de educação; caracterizar as práticas de intervenção dos psicólogos escolares do Piauí mediante as demandas educacionais e o contexto de atuação profissional. Desse modo, fez-se revisão do campo da psicologia escolar através dos estudos atuais da psicologia escolar do Brasil, enfatizando a psicologia escolar no Piauí através da caracterização do contexto piauiense e um breve histórico da psicologia escolar no Piauí, abordando também a atuação do Psicólogo Escolar em uma perspectiva crítica. No contexto empírico, optou-se pela abordagem qualitativa, adotando como procedimentos metodológicos o questionário de dados sóciodemográfico e profissionais, além de entrevista semiestruturada, coletando os dados junto a 08 participantes. Por meio dos resultados compreendeu-se o processo de inserção do Psicólogo na rede pública de educação e sua atuação, na medida do delineamento do perfil do psicólogo escolar piauiense.
A atuação do Psicólogo Escolar frete a Politica Nacional de Educação de Jovens e Adultos
– Carolina Martins Moraes
A Política Nacional de Educação de Jovens e Adultos configura-se como uma política pública em educação que visa enfrentar e superar a baixa escolaridade de jovens, adultos e idosos no Brasil. Apesar da proposta, ainda é alarmante o número de sujeitos nessa condição, sendo em sua maioria pobres, negros, índios ou moradores do campo. Diversos são os fatores relacionados a evasão e fracasso escolar desses alunos, que vão desde inexistência de escolas nas proximidades da moradia, inserção em trabalhos informais como meio de subsistência à sucessivas reprovações, dentre outras. Os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) são acometidos, historicamente, por diversas situações de exclusão escolar e social, e diante desse panorama acredita-se que o psicólogo escolar, pode assumir um papel atuante, sugerindo e mostrando novas possibilidades de relações, com base na desconstrução de preconceitos, estereótipos e relações de poder, problematizando a realidade e aspirando a emancipação e a conscientização dos indivíduos. Este estudo, de cunho qualitativo com delineamento exploratório, objetiva compreender a atuação do psicólogo no que versa a essa política. Tem por participantes, pesquisadores em Psicologia Escolar das diferentes regiões geopolíticas brasileiras. Os instrumentos utilizados são: ficha de caracterização de participantes e roteiro de entrevista semiestruturada. O método de análise de dados utilizado é análise à luz do Materialismo Dialético. Espera-se que o estudo inaugure e promova uma discussão sobre como a Psicologia Escolar, através da atuação profissional, pode contribuir para as transformações dos processos educativos nessa modalidade educativa, e subsidie informações para posteriores estudos desta política.