Contribuições da Psicologia Escolar para a Educação Inclusiva

Entidade:
ABRAPEE

Coordenador(a):
Lilian Aparecida Cruz Dugnani

Financiador do coordenador:
CAPES

Resumo:
O presente Simpósio visa discutir, quais são as contribuições do psicólogo na construção de uma escola inclusiva. A primeira fala apresenta os resultados de uma pesquisa em que se realizou um mapeamento, por meio da análise de artigos empíricos, de quais são as ações do psicólogo escolar que favorecem/desfavorecem a construção de contextos educativos inclusivos. A segunda explanação evidencia a importância dos conhecimentos dos fundamentos da educação inclusiva, na formação inicial de psicólogos, para que o futuro profissional possa desenvolver práticas psicológicas que se orientem por essas diretrizes. Na terceira apresentação destaca-se a atuação do psicólogo escolar na desconstrução das visões cristalizadas que compreendem que a inclusão deve ser um processo voltado para a adaptação e promoção de socialização e voltada aos portadores de necessidades especiais.

Eixo:
II – Práticas Profissionais da Psicologia em contextos sem muros

Processo:
Processos Educativos


Apresentações:

Mapeamento sobre as ações do Psicólogo Escolar na Educação Inclusiva
– Paula Costa de Andrada
Este trabalho emergiu de uma pesquisa de Iniciação Científica que buscou fazer um mapeamento de ações na área da Psicologia Escolar Educacional de práticas inclusivas dentro das escolas e que, efetivamente, promovam o desenvolvimento dos sujeitos. Objetivamos analisar criticamente as produções entre os anos de 2011 e 2016 tomando como objeto de investigação artigos que se baseiam no aporte teórico-metodológico da Psicologia Histórico-cultural. Nosso problema de pesquisa busca investigar o que nós, psicólogos que atuamos dentro da Educação, estamos fazendo e podemos fazer para humanizar os processos de exclusão/inclusão e fomentar atuações que sejam legitimamente inclusivas. Possui um enfoque descritivo por se tratar de análise de trabalhos já realizados objetivando a comparação de informações. Os resultados foram organizados em quatro dimensões de atuação: Intervenções macrossociais; Intervenções institucionais; Intervenções entre os atores escolares (Equipe pedagógica; Família; Colegas) e Intervenções individualizadas. Concluímos que, apesar da importância das ações mapeadas, as mesmas são ainda incipientes, com muitas lacunas a serem preenchidas por educadores e psicólogos para práticas realmente promotoras da inclusão escolar.

Psicologia escolar e práticas inclusivas: (re)pensando a formação inicial
– Ana Paula Petroni
O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas experiências vividas durante a prática docente em curso de graduação em Psicologia, em que se destaca a necessidade de investir em uma formação que possa oferecer ao futuro psicólogo o conhecimento não só da ciência psicológica, mas também da educação, possibilitando que o aluno tenha acesso ao modo como se tem estruturado a educação especial no país, seu contexto histórias, as políticas públicas existentes, e as teorias que embasam suas ações. As demandas relacionadas às práticas inclusivas parecem ganhar cada vez mais espaço na educação e nas atividades realizadas nos diferentes contextos educativos, mas especialmente nas escolas. Contudo, essa situação coloca em evidência um aspecto: a capacidade dos profissionais que atuam nesses espaços em lidar com a diversidade do humano e, em se tratando de escola, como é possível realizar um processo de ensino e aprendizagem efetivo, isto é, que promova o desenvolvimento dos sujeitos nele envolvidos. É neste cenário que destacamos o papel a ser desempenhado pelo psicólogo escolar e a formação ofertada a ele para que lide com os desafios encontrados em sua prática, que também deve ser inclusiva. Ressalta-se a importância de deixar claro ao aluno que suas intervenções têm como objeto a promoção dos sujeitos em relação e toda sua prática é intencional. Busca-se, desse modo, construir uma concepção de atuação em psicologia escolar e práticas inclusivas que quebre com a ideia da massificação e tome a diferença como um dos elementos fundantes dessas ações.

Psicólogo Escolar e gestores: trilhando caminhos para a construção da Educação Inclusiva
– Lilian Aparecida Cruz Dugnani – CAPES (Coautora: Vera Lucia Trevisan de Souza)
Apresenta-se o recorte de uma pesquisa de pós-doutorado, que objetiva investigar o potencial do Projeto Político Pedagógico na construção da coletividade na escola como modo de superação dos desafios cotidianos. Assumem-se os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-cultural, principalmente de Vigotski e seus interlocutores. Compreende-se que a educação inclusiva tem como objetivo acolher e favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento dos atores escolares, respeitando suas singularidades nas formas de se relacionar e se apropriar do conhecimento escolarizado, não se voltando, portanto, apenas para alunos portadores de necessidades especiais. O lócus do estudo é uma escola da rede pública Estadual de ensino fundamental II e Médio, em uma cidade no interior de São Paulo. Os dados foram construídos a partir do registro em diários de campo, de reuniões quinzenais com a equipe gestora, com duração média de duas horas cada uma. Os resultados revelam que o projeto político pedagógico não é considerado, pelos gestores, como um documento norteador das formas da escola atuar. Sem esse fio condutor, a heterogeneidade, que caracteriza o espaço escolar e constitui diferentes formas de ensinar e aprender, muitas vezes é compreendida pela gestão, como patologia, quando voltado ao aluno, ou falta de formação adequada, quando se trata dos professores, relegando ao individuo, a responsabilidade de superação dos desafios que são históricos, coletivos e sociais.