Entidade:
ABRAPEE
Coordenador(a):
Iracema Neno Cecilio Tada
Financiador do coordenador:
–
Resumo:
Este Simpósio tem como objetivo discutir sobre o processo de escolarização do estudante com deficiência com base na Psicologia Histórico-Cultural que postula a constituição social da mente, considerando que toda a função psíquica superior, em princípio, é social – interpsíquica – por surgir num primeiro plano social para, depois, surgir no plano psicológico – intrapsíquica. Assim, as relações sociais, têm um papel fundamental na construção das funções psicológicas superiores bem como na promoção da humanização da criança ao apreender o significado do legado cultural historicamente acumulado. Assim, a escola tem uma função primordial, a de ensinar os conceitos científicos para a promoção do desenvolvimento da criança independentemente de ela ter ou não deficiência, por meio de uma prática pedagógica intencional. O primeiro trabalho versará sobre os desafios postos para o processo de ensino e aprendizagem do aluno com autismo em uma escola regular. O segundo trabalho abordará a dimensão pedagógica do processo de escolarização e estigmatização de alunos com deficiência mental. O terceiro trabalho tratará a respeito dos desafios para a formação e atuação do psicólogo escolar a pessoa com deficiência na instituição de ensino superior.
Eixo:
II – Práticas Profissionais da Psicologia em contextos sem muros
Processo:
Processos Educativos
Apresentações:
Aluno com Transtorno do Espectro Autista: caminhos possíveis para sua escolarização
– Iracema Neno Cecilio Tada
O presente trabalho, fruto do Projeto de Extensão “Muito prazer, sou autista: venha me conhecer para além do rótulo!” tem como objetivo discutir sobre o processo de escolarização do aluno com Transtorno do Espectro Autista que não apresenta linguagem verbal mas domina a linguagem escrita por meio de recursos digitais ou do alfabeto impresso. Tal domínio foi desenvolvido por seus familiares. Na escola, o alfabeto encontra-se disponível em sua carteira sendo pouco utilizado pelas professoras – efetiva e auxiliar – que trabalham com ele com atividades impressas, com o mesmo conteúdo discutido com os colegas de classe, mas de forma reduzido. A prática pedagógica restrita às tarefas impressas, ou ao uso da lousa, têm provocado a saída do aluno com TEA da sala de aula para caminhar pelo pátio da escola sob a supervisão da professora auxiliar. Considerando o domínio dele da linguagem escrita e da tecnologia digital, indaga-se o motivo pelo o qual a escola não desenvolve com ele atividades pedagógicas por meio desses instrumentos? Por que a escola se mantem em práticas tradicionais? Por que o aprovam sem de fato saber se ele dominou os conceitos científicos importantes para o enriquecimento de seu vocabulário, para a organização de seu pensamento, dando sentido para seus gestos e seu comportamento? Refletir sobre essas indagações com os atores escolares é necessário para que a educação escolar cumpra a sua função de humanização do indivíduo, mesmo que ele tenha deficiência.
A dimensão pedagógica do processo de escolarização e estigmatização de alunos com deficiência mental
– Tatiana Platzer do Amaral
A apresentação terá como base dados de três pesquisas realizadas acerca do processo de escolarização de alunos diagnosticados com deficiência mental. Articula-se as contribuições acerca das informações considerando-se: o registro escolar de um grupo de alunos de escola especial, o processo de escolarização de aluna interrompido na classe especial e o processo de escolarização de um aluno encaminhado para escola comum, mas que busca seu retorno para a escola especial. Os dados serão discutidos a partir de dois orientadores. Primeiro, considerando-se que a escola tem como função social a garantia de acesso ao conhecimento de forma sistematizada proporcionado o desenvolvimento de seus alunos, será analisada a dimensão pedagógica presente nos dados e sua implicação para o desenvolvimento dos mesmos. Segundo, considerando-se que são alunos diagnosticados com deficiência, com momentos de trajetória na classe regular e na escola ou classe especial, será analisada a condição de estigmatização vivenciada na escolarização e sua implicação na constituição do sujeito.
Psicologia Escolar e Educação Especial no Ensino Superior; desafios e proposições
– Sonia Mari Shima Barroco
O trabalho objetiva discutir aspectos fundamentais à formação e atuação do psicólogo escolar à luz da Teoria Histórico-Cultural e expor sobre as atividades realizadas junto ao Programa de Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio à Pessoa com Deficiência e Necessidades Educativas Especiais – Propae (2012 a 2018), considerando os desafios da inclusão no Ensino Superior. Para L. S. Vygotski os psiquismos dos sujeitos com e sem deficiências se constituem com base no aparato biológico e nas relações sociais das quais participam. Isto é fundamental para a atuação do psicólogo escolar, do pedagogo e demais profissionais, visto que lhes permite vislumbrar possibilidades de transformações. As atividades desenvolvidas no âmbito da Psicologia Escolar junto ao Propae (Projeto Memória, Cine-Colóquio Propae, Acompanhamento de Alunos, apoio aos Monitores, etc.) tem primado pela acessibilidade ao espaço físico da UEM, aos materiais didáticos, ao conhecimento, à permanência e à terminalidade dos estudos. A formação teórico-metodológica de alunos de psicologia, pedagogia, docentes e técnicos tem resgatado autores clássicos que teorizaram sobre aprendizagem e desenvolvimento na perspectiva eleita, sendo que a apropriação derivada subsidia relações de ensino-aprendizagem mais democráticas e voltadas para as finalidades do ensino superior. A Psicologia Escolar tem se apresentado ao Propae por meio da atuação de docente do curso de Psicologia com projetos de ensino, extensão e pesquisa, mas, também, com a realização de estágio curricular de ênfase na área escolar. O enfoque está na humanização das relações professor-aluno, aluno-aluno e os resultados revelam-se positivos, visto que a aprendizagem tem movimentado o desenvolvimento de todos.