Desafio da formação e da profissão para superação da desigualdade educacional

Entidade:
ABRAPEE

Coordenador(a):
Alayde Maria Pinto Digiovanni

Financiador do coordenador:

Resumo:
Propomos nesta mesa abordar a temática da formação em Psicologia Escolar. Priorizaremos a formação para a atuação na formulação e implementação das políticas educacionais, destacando a importância da formação inicial e continuada para a compreensão da diferença, bem como o papel do sistema conselhos na orientação da profissão no que tange esta área da psicologia e seus aspectos práticos.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Formativos de Psicólogos


Apresentações:

A formação em Psicologia Escolar e Educacional para a atuação na formulação e implementação das políticas educacionais
– Alayde Maria Pinto Digiovanni
Os desafios atuais que se colocam para a formação tanto inicial e continuada para a atuação na formulação e implementação das políticas educacionais são inúmeros. Abordaremos nesta apresentação a necessidade de uma formação com compromisso social, que se atente para a superação das desigualdades educacionais apresentadas no Brasil desde há muitos anos. No que se refere a formação inicial é preciso que os cursos de formação de psicólogos tenham, necessariamente, como eixo a formação o desenvolvimento humano e os processos de trabalho envolvidos na área educacional articulados com o campo da formação para as principais políticas públicas, a saber, SUS, SUAS, Educação. O caderno de Orientações Técnicas produzido pelo CFP resultante de um amplo debate com a categoria necessita de uma continuidade, ainda que seja utilizado como base para a atuação e mesmo para a formação é urgente a elaboração de mais orientações técnicas que permita aos profissionais que estão inseridos na educação possam compreender que conhecimentos da psicologia em conjunto com as ciências da educação dão sustentação para uma ação educativa emancipatória.

Temáticas da Comissão de Políticas Públicas, Eixo Educação, do Conselho Regional de Santa Catarina: tensionamentos e possibilidades
– Simone Vieira de Souza
A comissão de políticas públicas, eixo educação, compreende a relevância dessa discussão, na medida em que se observa a inserção da Psicologia em diversas formas no cenário educacional como, por exemplo, em disciplinas específicas, em temas trabalhados em disciplinas atravessadas pela discussão do processo de constituição do sujeito, aprendizagem e desenvolvimento, relações entre professores e estudantes, funcionamentos escolares, dificuldades no processo de escolarização, entre outros. Nessa direção, conforme acena o documento produzido no ano da Psicologia na Educação de 2008, há uma necessidade premente de enfatizar a importância da Psicologia enquanto ciência e profissão, e sua contribuição no que se refere à consolidação da luta pelo direito a uma educação pública, de qualidade, socialmente referendada para todas e todos, ancorada nos princípios dos direitos humanos, no respeito a diversidade e com compromisso social e político. Entende-se que a atuação das (os) psicólogas (os) nesses espaços poderá contribuir para que a escola seja, efetivamente, um espaço democrático de produção e acesso ao saber, sobretudo, a população que tem reiteradamente, aviltada o direito de permanecer e continuar os estudos em contextos formais de ensino.

Problematização da Formação de Psicóloga(o)s para a Diferença
– Eliz Marine Wiggers
Diante dos desafios vivenciados no cotidiano da formação de psicóloga(o)s e do processo de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação de Psicologia, mudanças significativas na formação dos psicólogos estão sendo propostas. Assim, o intuito desta fala é de problematizar o ensino de graduação de psicologia e refletir como este tem sido praticado e que desafios têm sido vivenciados. Dessa forma, abordar o ensino de psicologia perante o desafio de estabelecer entrelaçamentos interdisciplinares viáveis e compreensíveis, tendo o cuidado para não apenas (en)formar psicóloga(o)s e nem mesmo promover uma incoerência científica e ética. Também visa abordar uma formação para a diferença diante da amplitude da Psicologia como ciência e profissão, bem como complexa ciência vinculada às áreas da saúde, sociais e humanas. Nesta mesma direção, considera-se importante refletir se a formação em psicologia tem se apresentado efetivamente como um meio para a atuação profissional crítica, atenta à singularidade de indivíduos, e questionadora diante dos desafios presentes no cenário contemporâneo no Brasil, das demandas sociais, da necessidade dos usuários e da realidade das políticas públicas.