Intervenções em Psicologia Positiva

Entidade:
ABP+ / CFP


Financiador do coordenador:

Resumo:
De acordo com Seligman (2011), a Psicologia Positiva estuda os fundamentos psicológicos do bem estar, da felicidade, além das forças e virtudes do ser humano, que são fundamentais para o sucesso ao longo da vida e manutenção da saúde social, física e mental. A psicologia positiva investiga tanto aspectos individuais como aspectos grupais que podem estar associados ao fortalecimento de aspectos positivos nas pessoas. Desse modo, intervenções em Psicologia Positiva podem promover a melhoria da qualidade de vida da população, além do fortalecimento de aspectos positivos do funcionamento psicológico dos indivíduos envolvidos, podendo contribuir para a melhoria das relações humanas, do desempenho na vida acadêmica e no trabalho e aumento dos fatores de proteção contra situações de violência e adoecimento psicológico. Visando apresentar a efetividade de intervenções em psicologia positiva serão relatados nesta mesa: resultados de pesquisas relativos ao capital psicológico, aprendizagem e violência; intervenções baseadas na psicologia positiva realizadas em diferentes contextos e resultados das intervenções. Os resultados obtidos em todos os contextos permitem identificar os benefícios promovidos pelas intervenções com base em variáveis da Psicologia Positiva no nível individual e coletivo.

Eixo:
II – Práticas profissionais da psicologia em contextos sem muros

Processo:


Apresentações:

Intervenções Positivas para Promoção de Saúde e Prevenção de Violência em Adolescentes
– Daniela Sacramento Zanini (Coautoras: Margareth Regina Gomes Veríssimo de Faria e Daniela Cristina Campos)
Em 2012 o Grupo de Pesquisa em Avaliação e Intervenção Psicológica em Saúde (GPAIS) iniciou um conjunto de estudos com o objetivo de avaliar o impacto da vivência de violência sobre a saúde de adolescentes da cidade de Goiânia (Goiás). Os dados indicaram que cerca de 70% dos estudantes de 12 a 18 anos de escolas públicas haviam vivido ao menos um tipo de violência, 50% haviam vivido mais de uma vez o mesmo tipo de violência e aproximadamente 20% haviam vivido mais de quatro tipos de violências diferentes no último ano. Estes índices levaram ao planejamento de intervenções para prevenção de violência e promoção de saúde dos adolescentes. Foram planejadas oficinas desenvolvidas nas escolas que participaram da etapa de coleta de dados. As temáticas buscavam trabalhar aspectos relativos a promoção da saúde até a variáveis de psicologia positiva. As avaliações pós-intervenções demonstraram de diminuição significativa nos índices de violência, melhora dos comportamentos em sala de aula, melhora do desempenho acadêmico, do relacionamento entre colegas e envolvimento nas atividades da escola e satisfação dos adolescentes na participação do grupo. Esses resultados indicaram a necessidade de realização de novos estudos que avaliem a eficácia de intervenções em saúde para prevenção de violência e desenvolvimento de comportamentos positivos em adolescentes.

Programa de Educação Continuada em Desenvolvimento do Capital Psicológico
– Narbal SilvaNarbal Silva
Trata-se de um programa de educação continuada, cujo propósito é o Desenvolvimento do Capital Psicológico nos participantes. Antes de iniciar a capacitação, por meio de aplicação de escalas e outros procedimentos qualitativos, sempre com a anuência dos participantes, é dimensionado/mensurado, o repertório de entrada dos participantes, no que se refere ao Capital Psicológico, que já se encontra presente em cada um. Após, por meio de encontros presenciais, num total de seis, os temas pertinentes ao fenômeno são introduzidos (no primeiro encontro, é apresentada uma visão geral e integral, do capital psicológico, no qual são mostradas especificidades gerais e interfaces) e após, são apresentados de modo específico, cada um dos componentes, de modo mais aprofundado (autoeficácia, resiliência, otimismo e esperança), em cada um dos encontros. Por fim, tem-se um encontro finalizador, cujo propósito é mostras, as decorrências/consequências positivas, do desenvolvimento do Capital psicológico, na construção da felicidade dos participantes. Em todos os encontros, se privilegia, momentos conceituais, acoplados a técnicas e vivências grupais, sempre relacionadas a temática do dia/vigente. O desenvolvimento coletivo do Capital Psicológico, também tem como propósito, o incentivo as relações de ajuda, por meio do compartilhamento de vivências e de experiências, relacionadas, de modo direto ou indireto, aos componentes que estão sendo desenvolvidos. Por fim, como no início do Programa, ao final, também são dimensionados/mensurados, as percepções e os sentimentos dos participantes, a respeito do Desenvolvimentos do Capital Psicológico com o intuito de avaliar possíveis acréscimos, além de indícios e feedbacks, a serem considerados, na continuidade do Programa.

A utilização da gamificação para a promoção da aprendizagem e desenvolvimento da auto-determinação
– Ig Ibert Bittencourt Santana Pinto (Coautora: Sheyla C. S. Fernandes)
Em parceria com o Grupo de Pesquisa em Cognição e Comportamento Social (GPCCS), o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) vem desenvolvendo um campo de investigação e intervenção cujo principal interesse consiste em aprimorar o uso da gamificação na educação. A Gamificação surge como uma alternativa que busca agregar diversos modos comunicativos para a captação da motivação na aprendizagem, tais como, o despertar da curiosidade, a participação e o engajamento, resultando em uma forma criativa de reinvenção do aprendizado. Estudos recentes sobre a utilização da gamificação na educação tem apresentado resultados tanto positivos, como negativos. O desenvolvimento da autonomia, o estímulo à interação entre os estudantes, docente e conteúdo são aspectos desejáveis em um ambiente educacional dinâmico associados a um bom desempenho pessoal e profissional. Por outro lado, algumas evidências demonstraram que há um efeito negativo da ameaça dos estereótipos na aprendizagem gamificada, principalmente com o uso de tecnologia. Desta forma, entende-se como pertinente conhecer e aprimorar a perspectiva do uso da gamificação na educação tendo como base três teorias psicológicas, a teoria da ameaça dos estereótipos, a teoria do fluxo e a teoria da auto-determinação. Em duas etapas de ação, uma investigativa e outra interventiva, são analisados os aspectos operacionais ativadores dos estereótipos, suas consequências e formas de atenuação em contextos de aprendizagem gamificada. Os resultados são discutidos como possibilidade de se re-pensar o papel inovador da gamificação na educação.