O processo de revisão das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Psicologia

Entidade:
ABEP

Coordenador(a):
Ângela Soligo

Financiador do coordenador:

Resumo:
Apresenta-se o processo de revisão das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Psicologia, problematizando as motivações e os caminhos escolhidos pelas três entidades que o organizaram: Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, Conselho Federal de Psicologia e Federação Nacional dos Psicólogos. São descritas as fases, as tomadas de decisão e os encaminhamentos a partir da elaboração da proposta de novas diretrizes. Analisam-se as consequências para a formação e os reflexos para o exercício profissional e o trabalho das/dos psicólogas/os.

Eixo:
I – A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos Formativos de Psicólogos


Apresentações:

O processo de revisão das diretrizes curriculares de Psicologia na perspectiva da formação: aprendizagem democrática
– Ângela Soligo
O processo de revisão das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Psicologia foi desencadeado em cooperação entre a ABEP, o CFP e a FENAPSI, no final de dezembro de 2017. Para realização da revisão, optou-se por um processo que envolvesse democraticamente toda a categoria, de modo a que em todo o país pudéssemos conhecer as opiniões, críticas e propostas de aperfeiçoamento de nosso mecanismo orientador. Foram realizadas 120 reuniões preparatórias em todo o território nacional, 5 Encontros Regionais e o Encontro Nacional, que geraram propostas que resultaram em uma minuta de diretrizes, colocada então para consulta pública da categoria. A proposta de diretrizes, encaminhada ao Conselho Nacional de Educação, afirma os princípios fundamentais e eixos da formação e, ao pontuar suas características, deixa evidente o compromisso com os direitos humanos, com as políticas públicas, bem como a impossibilidade de uma formação de qualidade totalmente a distância.

Diretrizes Curriculares de Psicologia: importância para o exercício profissional
– Rogério Gianinni
Pensar as diretrizes para formação em Psicologia constitui relevante tarefa para o Conselho Federal de Psicologia, na medida em que as/os profissionais de Psicologia constituem-se a partir desse processo, não apenas no sentido técnico da formação, mas na dimensão da construção de uma identidade profissional. As diretrizes contemplam a diversidade de aportes teóricos e campos, em uma perspectiva generalista de formação, que permita à/ao futuro psicóloga/o a compreensão de seu papel nos diferentes contextos de atuação e das múltiplas dimensões de sua atuação profissional. Na perspectiva do exercício profissional, os estágios merecem especial atenção, na medida em que preparam para a atuação das/dos futuras/os psicólogas/os. Espera-se uma formação de qualidade, calcada no compromisso com os direitos humanos e com políticas públicas, eticamente orientada.

As diretrizes curriculares de Psicologia: reflexões para o mundo do trabalho
– Shirlene Queiroz
A proposta de revisão das diretrizes nasce de uma preocupação compartilhada entre as profissões vinculadas à área da Saúde, a partir da proposta do Ministério da Educação de permitir que cursos da área possam ser ofertados totalmente a distância. Sabemos da precariedade da formação a distância no país, já demonstrada por experiências com alguns cursos de graduação, assim como não concebemos a formação de uma/um profissional de Psicologia nessa modalidade. A revisão das diretrizes veio reafirmar a importância da formação presencial, assim como a inserção da Psicologia nas políticas públicas. Atualmente, em torno de 60% das/dos profissionais inserem-se nas políticas de Saúde e Assistência Social, portanto constitui-se princípio fundamental o compromisso com as políticas públicas, na perspectiva da garantia de direitos e qualidade do trabalho da/do psicóloga/o.